Clenira Melo, comediante e atriz

Recife - Pernambuco - Brasil - cleniramelo@yahoo.com.br

23 junho 2006

Teatro de Revista

Josephine Baker

Como o próprio nome diz: "passa em revista os acontecimentos do ano, e os comenta humorísticamente. Os fatos são levemente alinhavados por um enredo de comédia. A música, elemento fundamental e grande ponto de sustentação desse tipo de espetáculo, é sempre alegre, graciosa e espirituosa, utiliza estribilhos jocosos e árias risonhas e brejeiras."
(Diniz, Edinha op.cit. p.116)


A moda chegou ao Brasil no final do século passado, atraindo grande público. Por volta de 1859, com a fundação do Alcazar Lírico, artistas franceses, radicados no Rio inovaram as peças teatrais, transformando-as em operetas e ações curtas, todas de caráter satírico. A medida que as peças francesas foram sendo adaptadas, o teatro musicado tornou-se mais acessível ao grande público. Composto de diversas influências, nascia assim o
Teatro de Revista Brasileiro, gênero de espetáculo característico do Rio de Janeiro no séculos XIX.

"A revista não exige linha narrativa, embora o modelo luso, que aqui nos chegou, trouxesse, como figuras obrigatórias, o compère e a commère, ela obrigatoriamente elegante e bonita, ele cômico e popular, encarregado de sublinhar com uma frase espirituosa, cada nova sequência do espetáculo....Assim, enquanto o music-hall é mais circo, a revista é teatro" (Anuário da Casa dos Artistas, 1978)

A estréia do gênero foi marcada pela peça
O Rio em 1877 de Artur Azevedo, que de forma humorística retratava os principais acontecimentos políticos e sociais do Brasil daquele ano. Diversos compositores brasileiros entre eles, Carlos Gomes e Chiquinha Gonzaga musicaram peças e revistas teatrais. No século XIX, o gênero também foi muito popular na Itália, Portugal e Alemanha.

Pernambuco: Barreto Junior , o rei da chanchada

Ator, José do Rego BARRETO JÚNIOR nasceu no município do Cabo, a 05/06/1903. Foi o galã do primeiro filme rodado em Pernambuco ("Retribuição", 1923).No teatro, seu forte, atuou durante 50 anos, tendo encenado mais de 200 peças, principalmente comédia. Era conhecido como o rei da chanchada. Fundador e proprietário do Teatro Marrocos, localizado nas proximidades da Praça da República, centro do Recife, onde entre os anos 1958 e 1970 levou ao público da cidade sessões de strip tease e teatro de revista.

Ganhador do Troféu Mambembe, em 1978, do Serviço Nacional de Teatro, juntamente com Paschoal Carlos Magno. Percorreu quase todo o interior do Brasil, inclusive todo o Amazonas, de caminhão, gaiola, lombo de burro, tendo ganhado o rótulo de Rondon do teatro brasileiro. Durante o governo Vargas, recebia ajuda de 50 contos por ano (dinheirão à época), para continuar levando o teatro a pequenas comunidades

Teve seus primeiros contatos com o teatro na escola, em Vitória de Santo Antão, quando ainda adolescente, mas nunca chegou a estudar artes cênicas. Aos 20 anos, ingressou na Companhia de Leonardo Siqueira, do Pará. Depois, atuou na Companhia de Brandão Sobrinho, Opereta Portuguesa e outras, até fundar sua Companhia de Comédia Barreto Júnior.Morreu no Recife, a 21 de dezembro de 1983.

Livro: "Barreto Junior, o rei da chanchada", Alexandre Figueroa